Então, eu saí da faculdade ;

É isso, meus caros. Saí da faculdade que comecei a cursar. A história é essa:

Fiz meu vestibular "pra valer" em 2010 e passei para o que queria. Química Industrial na UFRJ. Comecei a cursar, feliz da vida, no primeiro semestre. É verdade que começar no segundo seria interessante, mas acho que ter começado no primeiro me ajudou a tomar essa decisão.

Não cursei com má vontade, jamais. Mas aquilo que via não me agradava muito. Muitas conversas com alguns veteranos (e gente da minha turma mesmo) me fizeram ter certeza de que aquele curso não era pra mim. Primeiro descobri o quanto aquela porra era igual à Engenharia Química. Se tinha algo que NÃO queria fazer, era engenharia.

Antes que vocês se enfureçam, eu vou explicar. Eu não sou das pessoas extremistas que acham que só precisam aprender matérias específicas na vida. Toda cabeça que se preze deve ter conhecimentos gerais e, na medida do possível, ampliar TODOS eles. Mas matemática era algo que não me dava tesão. Eu não era ruim, só não tinha saco. A paciência faltava tanto que me dei ao luxo de não aprender uma matéria no 3° ano por vontade própria. E foi por isso que cálculo se tornou uma pedra no caminho. Mas não era só isso, obviamente. Ninguém são acha cálculo irado pra caralho. No máximo não desgosta. Concordo que é útil pra um leque infinito de estudos, mas não é prazeroso.

E eu não queria fazer engenharia, porque o futuro da profissão não me atraía nem um bocadinho. Nem mesmo quando pensava no dinheiro. A química em si, naquele curso denominado "Química Industrial" era tão escassa quanto neve no Brasil (até tem, mas tão pouco que passa despercebido). Uma ou outra disciplina relacionada aqui e ali, nos primeiros períodos e acabou.

"Mas então por que  você não mudou pra Química ou algo similar, sr. Rafael?". Não vou gritar nem nada. Só vou dizer que faz sentido, e eu pensei nisso. Mas eu pensei mais distante também, na vida profissional, nas eventuais atividades que poderia exercer com aquela formação. Acabei me frustrando, porque não tinha nada que me deixasse feliz.

Pensei: "Quero fazer essa porra frustrado ou correr o risco de ser um pobre feliz?". Porra, prefiro estudar feliz e ser meio pobre depois, a me foder neste curso e viver infeliz, quiçá até perder mais tempo na minha vida. Até porque eu acredito que com empenho você tem mais sucesso (a não ser que você seja um azarado dos infernos). Então, repito, prefiro o futuro ligeiramente incerto dessa nova carreira (mas que decerto será mais gratificante) a um grande tempo perdido, ou até à uma vida profissional sem graça.

Eu entrei nessa porque gostava de química, e não desgosto nem um pouco. Aliás, curtia muito as aulas experimentais que peguei no segundo período. Química Analítica tinha umas paradas mágicas e coloridas, Orgânica era mais concreto e tátil. O de Química Experimental I era um mar de ensino médio com mais riscos e mão na massa.

Análise de algum cátion, provavelmente

Mas só as experimentais também. Analítica era meio chato pra burro. Orgânica tinha umas paradas iradas do nosso amigo carbono, mas outras muito difíceis que já não me dei ao trabalho de estudar porque já tinha decidido sobre a mudança.

Quanto à pessoas, conheci uma galerinha e fiz uns poucos amigos. Nunca fui de socializar pra cacete mesmo. Antes que me perguntem, eu direi.

Cursarei Ciências Políticas. Sim, mudei a porra toda. Não era minha escolha principal, mas a seleção pro vestibular (é, eu me preveni e fiz o enem) ainda não acabou e essa opção me agrada. Cursarei por enquanto e quiçá continuarei. E, felizmente, não precisarei pegar mais o SUPER 485 (pelo menos nos dias/horários de pico). Quem conhece vai entender. Quem não manja, continue com esta sorte.