Resenha: Coleção Adolf de Osamu Tezuka;

Pois bem, neste ano comprei esta coleção de mangás numa feira de livros usados. Fui atraído por ela pelo tema, principalmente, mas também pela bagatela pela qual eles estavam sendo oferecidos. São mangás bem bonitos, cada um com 230 páginas em média. São 5 volumes, lançados pela Conrad.

A arte é de Osamu Tezuka, conhecido principalmente pelos seus famosos personagens Astro Boy e Kimba, o Leão Branco.

A história começa no período anterior à Segunda Guerra e vai evoluindo conforme a cronologia. Conta a história de 3 Adolfs. O primeiro, filho de um alemão com uma japonesa, Adolf Kaufmann é um garoto que não se importa com as diferenças, embora seu pai, nazista, não goste da relação de amizade que seu filho tem com Adolf Kamil, um menino da mesma idade de Kaufmann, mas de família judia, dona de uma confeitaria na cidade japonesa em que vivem.

O último Adolf é o próprio Adolf Hitler, ex-ditador alemão, no processo de evolução do Nazismo anterior à segunda guerra. Conta fatos verídicos e outros fictícios sobre o ex-ditador, entrelaçando as histórias sem forçar a barra, mostrando a vida dele por trás dos holofotes também.

Por último, Sohei Toge, outro personagem importante da história, um jornalista japonês que é enviado à Alemanha para cobrir as Olimpíadas de 1936 e acaba por entrar em uma teia de espionagem devido à investigações que começa a fazer por conta própria.

Na hora que você cansar de um personagem, ou porventura achá-lo muito chato (o que não aconteceu comigo, mas às vezes né, acontece), o próximo capítulo já vai te apresentar outro, diferente do anterior e algum deles certamente fará você se comover com a história. Mas também não são infinitos personagens. É só um rodízio entre os principais. Tem umas histórias coadjuvantes também, que acabam se interligando às outras, achei bacana.

O enredo não é sensacionalíssimo, mas é bem construído e me prendeu enquanto lia. Os personagens são bem construídos e há um background histórico interessante por trás das famílias de cada um deles. Os traços são clássicos do Osamu, aqueles caricatos e que não são tão realistas. Não são desenhos adultos, ricos em detalhes, mas são bem feitos e com o toque desse japa que fez tanto sucesso com Astro Boy.

Não é um must-read, mas é uma (ou várias) história(s) divertidas de se ler, tanto pelo desenho clássico do Tezuka, quanto pelo enredo construído e algumas referências históricas legais, que acabam te ensinando alguma coisinha. E no intermédio dos capítulos constam umas tabelas com datas de acontecimentos reais do período em que a história se passa (período antes e durante a Segunda Guerra Mundial).