sábado, 12 de outubro de 2013

Dia das Crianças ;

O dia das crianças acaba definitivamente pra mim. Na verdade já não comemoro isso tem mais de 6 anos, mas qualquer desculpa que eu podia usar pra alegar ainda não ser adulto vai por água abaixo no fim desse mês. Faço 21 anos e pronto, sou maior em qualquer lugar (conhecido) do mundo. Já posso beber e jogar em Las Vegas, querem mais algum exemplo?

Não consigo me recordar da última vez em que ganhei um presente de dia das crianças. Principalmente, talvez, pelo fato de eu ser um daqueles "desafortunados" que nasceu perto de determinada data comemorativa (tipo aquela galera que nasce perto do Natal e ganha um presente só). Como meu aniversário é e sempre foi duas semanas após o dia das crianças, normalmente eu ganhava apenas um presente, mas fazia dele o melhor presentão possível, pedia as coisas mais caras ou desejadas por mim só para justificar o fato de não ganhar individualmente nas duas datas. O que não quer dizer que eu ganhava esse presentão.

De qualquer forma, sempre foi uma data divertida, porque mesmo não ganhando nada (às vezes um chocolatinho), eu ainda era uma criança, mesmo que fosse uma criança tentando ser adulto. Mas agora já não dá mais. Agora resta abrir os álbuns de foto e rever algumas fotos de quando você era jovem e nada te preocupava, nem mesmo catapora. 


E aí você muda a sua foto de perfil no Facebook, e em outras redes sociais, como uma corrente, colocando aquela sua foto de criança que tenta representar um pouco do que você é hoje, mesmo que seja apenas uma recordação do passado. A cada dia que passa aquela foto vai ficando mais distante do que você é hoje, porque você já é um adulto que acumula responsabilidades e nem sempre pode ou tem condições de se dar ao luxo de viver irresponsavelmente. Você já tem noção das coisas, o que torna a vida muito mais difícil do que outrora fora. Você vê as fotos e sorri ao ver que aproveitou a sua infância, e pode ao menos sorrir, mas logo se chateia por não lembrar exatamente daqueles momentos, afinal, não temos memória de elefante.

O que mais te alegra, no final, é saber que você não mudou. E que as fotos capturaram, por incrível que pareça, sua identidade, desde quando nem tinha ideia do que vinha a ser esse tipo de coisa. Você repara que sempre teve aquele seu jeitão irreverente, palhaço, mas tímido, de olhar sempre fixo e observador. 


E você continua a virar páginas daquele álbum, quando se depara com uma foto de alguém que fora importantíssimo pra você quando criança, mas que já não está presente hoje, seja porque a distância e o tempo separaram vocês, ou porque o sopro da vida chegou ao fim. Mas em outra você se depara com outros que estão (e continuam) na sua vida há tanto tempo que você já mal se recordava da cara deles quando mais novos. 

Você seleciona fotos, depois fecha os álbuns, e os guarda com muito carinho onde estavam. Provavelmente só irá folheá-los novamente no ano seguinte. 

Você volta a sua realidade adulta, mas a criança não sai de você. Você agora pode se presentear no dia das crianças, mesmo não sendo uma, e compra qualquer memória que possa te trazer a alegria do passado, como um Kinder Ovo, ou até mesmo algo que na época seus pais não puderam lhe dar, como algum videogame.

Não se recusem a reviver suas infâncias. Você sempre acaba descobrindo que alguma coisa ao menos valeu a pena, e que você, mesmo tendo amadurecido, nunca deixou de ser quem é.

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