quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Quando um moleque hiperativo resolve passar uns dias em casa - parte 2 ;

Bom, era domingo à noite quando o telefone tocou e minha prima disse que o filho estava com febre e que não poderia deixá-lo na creche. Então, minha mãe me disse que me acordaria cedo pra poder ir buscar o garoto em casa, já que as aulas do meu irmão começariam naquele dia. Explicarei o porquê de eu ter que ir também para buscar, é simples. Nosso carro não tem cadeirinha (por motivos óbvios), então eu serviria como uma, levando o pequeno no colo.



Até esse ponto, tudo bem. Eu teria que acordar razoavelmente cedo de qualquer forma, tinha marcado de ir ao Centro com uma amiga. O ruim foi ser acordado uma hora e meia antes do necessário com minha mãe apressando meu irmão. Pequena balbúrdia de bom dia.

Fiquei fazendo hora jogando alguma coisa até que fomos lá pegá-lo. A avó dele (minha tia - que também iria trabalhar) deixou ele comigo, e assim que fechou a porta do carro, a choradeira começou. Fiquei aliviado que ela foi curta, bem diferente daquelas as quais já estava "acostumado" (força de expressão, mesmo) a presenciar. A manhã desse dia foi curta, me arrumei assim que cheguei e saí, voltando só lá pelas 3 e meia.

Por sorte, ele estava dormindo quando cheguei, mas logo acordou e tive que ligar meu alerta. ESTÁ DADA A LARGADA PARA A MARATONA. Foi o segundo dia mais tranquilo, diria. Talvez porque ele não tenha ficado tanto na correria entre os cômodos, mas nem por isso deixou de ser cansativo. Ouvir barulheira de brinquedo, atrair a atenção dele, perceber que ele estava indo pra onde não devia e segurá-lo para evitar que fizesse merda, tentar em vão mostrar cachorros das casas vizinhas pela janela, já que toda hora que eu ouvisse "au au" seria pra isso. Os cachorros são safados, nunca aparecem quando tem que aparecer.

E isso de umas 4 e pouca até 9 e tantas. A minha prima costuma chegar pelas 7, mas acaba comendo por aqui e conversando com minha mãe. Apesar de eu desligar um pouco (já que ela está com os olhos sobre sua cria), é complicado ficar alheio às besteiras que ele pode fazer com minhas coisas (e objetos caros também inclusos). Então eu só respiro mesmo quando eles vão embora.

Na terça ele veio de supetão, não era esperado. Só sei que acordei um pouco antes do que normalmente acordaria com barulheira de brinquedo esparramando no chão. E aí começou né. É a mesma repetição, a mesma algazarra e os mesmos cuidados. Mas não é por isso que é fácil. A cada hora que passa, o moleque descobre algo novo pra fazer. E às vezes não deveria descobrir. Uma pena ele não ler ainda.

Minha mãe deu uns gizes de cera (plural estranho) e ficou brincando com ele de desenhar. Desenhei um cavalo feioso e ele curtiu. Minha mãe fez uma casa, uma árvore e um sol. Ele resolveu colorir tudo à sua maneira: rabiscar de qualquer jeito. Ele também não sabia com qual mão "pintava". Meros rabiscos, as pinturas, mas ele tava era feliz (e ficou quieto por um tempo).

À tarde ele dormiu e eu fiquei vigiando o sono dele enquanto lia no meu Kindle, até que sucumbi e dormi também. Dormi meio mal, tava quente e meio torto na cama, mas valeu o cochilo. Só tive que colocar uns dvds depois que ele acordou, mas até que não deu trabalho. Quando minha prima chegou, mais do mesmo.

Quarta-feira. Por sorte ele não veio de manhã, mas apenas a minha. Parece que o pequeno estava com febre altíssima e minha madrinha nem foi trabalhar. Minha mãe acompanhou ela no médico à tarde. E depois? Depois vieram pra cá, obviamente. Já não bastasse estar mal, ele também teria que vir pra cá. Pelo terceiro dia consecutivo. E é aquela coisa, a mãe dele estava aqui, mas às vezes chegava meu turno de trabalho. Não havia muito que pudesse fazer (a não ser receber broncas por algo que não fosse obrigação minha, mas). Fazia minhas vigílias, no entanto.

E a fucking quinta maldita chegou. O dia infernal. Fomos buscá-lo, como na segunda-feira. Ele estava cheio das energias pra gastar nesse dia, foi só chegar aqui em casa que não parou. Brincava, fazia barulho, virava o "pote" (faltou o termo) cheio de brinquedos no chão e ria como se fosse tudo normal. Vez ou outra vinha à mim e falava "Patati Patata". Eu ia lá e colocava o dvd pra ele assistir. Não bastasse isso, ele assistia/ouvia uma música e saía correndo pela casa, procurando alguém ou alguma coisa diferente pra fazer. Eu ia atrás, chamava pro quarto pra assistir e ele cagava solenemente. Era bonitinho, mas tornou-se irritante quando eu tirava o dvd e ele pedia pra colocar de novo 5 minutos depois. Repetia tudo, e pedia mais outra vez. E foi assim pela manhã e à tarde, até ele jogar um controle remoto na minha cara.

Levou uma bronca da minha mãe, e tempo depois, enquanto estava deitado, ele meio que me abraçou pela cabeça. Se foi um pedido de desculpas eu não sei, mas foi perdoado. De saco cheio, tentei ver se conseguia alguém pra dar um rolê e fugir um pouco daqui, mas nem rolou. O que sobrou foi esperar até que minha prima chegasse e levasse ele pra casa algumas horas depois. Restou também esperar que não voltasse na sexta (e não voltou, por milagre).

Quando pude respirar, a PM/etc resolveu entrar em greve. Não afetou muito, mas como era o primeiro dia, a incerteza dessa porra deixou todo mundo dentro de casa com medo de ver o mundo. Fui boicotado mais uma vez.


Um comentário:

  1. Adorei seu novo blog! Principalmente pq eu nunca te ouvi falando sobre sua vida e tudo mais. (: Não que eu seja fofoqueira, mas acho maneiro saber do cotidiano das pessoas e tudo mais. rs

    Enfim, gostay -q

    bjs

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